História e o Modernismo

    O modernismo, no Brasil, se firmou como um movimento amplo, profícuo, que se estendeu ao longo de três gerações. Em um contexto social de quebra de paradigmas. Onde todas as inovações que circulavam pela a Europa, alcançaram a nossa juvenil nação. Algo que certamente se fez com entraves e dificuldades, uma vez que o Brasil contemporâneo de até então, recém adepto do sistema presidencial-republicano, havia abandonado sua condição colonial e seu regime monárquico. Contudo, já demonstrava sua pré-disposição para governos autocratas.


O mundo, em especial o continente Europeu, sofria transformações no campo da superestrutura, por meio da recente psicanálise de Freud. Onde as doenças psíquicas eram atribuídas à supressões e repressões sexuais. E próximo ao período histórico que também assistiu a primeira Guerra-Mundial. Com mais de 10 milhões de soldados mortos.

As nações perdedoras, eram impérios que comungavam dentro de seus territórios, inúmeras nacionalidades. E com a perda, a medida seguinte foi a dissolução do sistema imperial. Agora, as nações livres poderiam assumir modelos mais modernos de representação popular, por meio de repúblicas, parlamentos e presidencialismos.

Uma era tenebrosa, imbuída de verdadeiro rancor e desejo de vingança, uma vez que gerou a semente da próxima Guerra, a Segunda, assim chamada. Atribuída, por historiadores, como uma continuação de sua antecessora. Resultando em um conjunto de décadas que recebeu o nome de: "A Grande Guerra".

Assim, o Modernismo Brasileiro se desdobrou ao longo de décadas, desde 1922, em um Brasil Colônia, recém autônomo, até um outro, dirigido por ditador, igualmente rígido, como seus antecessores que supostamente auxiliriam a fundação da infante República.

Envolveu três períodos de intensa produção literária e artística, como um todo. Inúmeros artistas despontaram, como foi o caso de Heitor vila-Lobos. Admirado e reconhecido até hoje pelos praticantes e musicistas do cenário erudito da música clássica. Um momento onde sociólogos e antrópologos, se debruçaram para representar a identidade de nosso povo, como: Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda.

O primeiro período trouxe gênios, como: Oswald de Andrade e seu sarcasmo suburbano, em Pronominais.O segundo, trouxe Carlos Drumond, com seus poemas simples, desprovidos de afrescos e embasado em sentimentos latentes. Visto em obras como, Itabira. E o terceiro, apresentou outros, como João Cabral, com sua Vida e Morte Severina. A aspereza do povo nordestino. E a ousasia de Gullar.

Um dos momentos mais significativos para a construção da arte brasileira. Que infelizmente, não demonstrou o mesmo furor de linguagens e variedades, após os anos setenta e oitenta. Mas que continua sendo crucial para a compreensão de um país, ainda sob mentalidade agrária e regime oligárquico. De muitas culturas e sotaques. Porém, individualizada. Inerte.

Um movimento de caráter nacionalista, identitário. Que representou uma tentativa de se vislumbrar quem nós somos e o que somos, enquanto cidadãos brasileiros.

Referências:

Modernismo - Mundo Educação. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/modernismo.htm/>. Acesso em: 8 de junho. 2023

HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos.

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